Internet, Youtube, Vírus do Humor e Cultura Participativa; uma análise introdutória

Com
o slogan “Brodcast yourself” , que incentiva a postagem de vídeos
de conteúdo pessoal, o YouTube conseguiu angariar milhões de
usuários, com múltiplos temas em seus vídeos, e pela
acessibilidade e facilidade de uso, contando com poucas restrições
ao conteúdo dos vídeos , o site rapidamente se tornou uma
plataforma com característica de rede social , com comunidades para
temas como humor e política, e uma ferramenta para distribuição de
material relacionado ao entretenimento, em especial vídeos de humor
e paródias em geral, que utilizando um dialeto da rede, se espalham
de forma “viral” .
O
gigante do entretenimento, que em apenas uma ano de funcionamento era
o site mais popular entre os britânicos, à frente da tradicional
BBC, teve como seu primeiro hit, um vídeo de humor intitulado “Lazy
Sunday“ , reiterando a atração
humana por situações consideradas engraçadas . Quem com certeza
riu bastante foram os fundadores do site, que em menos de 2 anos de
funcionamento tiveram seu empreendimento comprado por 1,65 bilhões
de dólares pelo incomensurável ser da rede mundial de computadores
GOOGLE. A transação vultosa gerou ainda mais visibilidade ao site,
e os vídeos de pessoas ao redor do mundo se tornam hit´s e podem
fazer rir diferentes culturas, ou criar tensão quando interpretados
como ofensivos, considerados como humor “sem – noção “ .
A
nova geração, considerada nativa digital por pessoas que nasceram e
foram alfabetizadas antes da era da internet, usa a internet em
geral como forma predominante para adquirir cultura, e também para
momentos de lazer em redes sociais. No YouTube, a presença de
vídeos com características inovadoras e de humor, traços comuns
das mentes jovens, são maioria (Burgess; Green 2009),
evidenciando que há um sistema com possibilidades de análise
através do critério das ciências sociais. O que leva as pessoas a
compartilhar vídeos com desconhecidos, de forma espontânea, em
muitos momentos em situações cômicas e embaraçosas, com objetivo
de obter múltiplas visualizações? Ou “ trabalhar “ em seu
tempo de lazer para criar material de mídia – digital em processos
minuciosos de edição para com objetivo de fazer rir? Muitos desejam
publicidade para marcas e indivíduos, usualmente remuneradas, mas
outros tantos milhões simplesmente desejam ser vistos, e ver outros
em situações engraçadas. Será que a ferramenta digital veio para
suprir a necessidade do self
sintetizada em “ ser é ser percebido “ pensamento do filósofo George Berkeley?

Por exemplo: a vovó que não consegue se equilibrar e cai de forma desengonçada. A situação costuma provocar riso, não pela escoriações que o tombo pode provocar , mas o riso vem pelo inesperado da situação, representada não como algo sério, e sim pelo viés cômico, quase sempre contando com risadinhas programadas de fundo, e onomatopeias reproduzindo os sons dos imbróglios dos desafortunados filmados nas ações.

Nesse caso, permitindo – se
trocadilhos infames, quem ri por último, ri melhor, ou pelo menos,
com mais chances de ter o riso, e os devidos compartilhamentos,
alcançando cada vez mais mídias criadas à partir do hospedeiro,
que também é o rotavírus, o canal de vídeos Youtube com seus milhões de agentes infectocontagiosos, que somos nós, seus usuários.
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