O Álcool e às práticas de Lazer; Cultura milenar e entretenimento, ou manipulação das grandes empresas e do capital político e social?
O
que nos impulsiona a “voluntariamente”, nos envenenarmos com
litros de álcool, pra ratificar nosso espírito de confraternização?
Se já estamos felizes, com espírito festivo, água, ou uma única
taça de vinho bastariam para obtermos o relaxamento e “brisa”
desejada.
O Dr. Ronaldo Laranjeira, PhD em dependência química,e coordenador do centro de pesquisa em álcool e drogas da UNIFESP menciona: “Hoje está mais ou menos estabelecido que a pessoa sem problemas, se for um homem saudável, pode beber o equivalente a dois ou três copos de vinho, ou dois copos de chope, ou uma dose pequena de destilado.” Fonte: Site Dr. Drauzio Varella. Com menor atenção destinada aos
destilados e fermentados, poderíamos investir mais em gastronomias
inovadoras, criativas e de alto valor cultural, também sobraria
mais espaço para difusão e promoção de cultura, música,
hospitalidade, inovação, e outros fatores de entretenimento e
diversão, para garantir o apelo de empreendimentos e ações
culturais, junto ao público almejado. Mas a cultura de massa
vigente, é a de focar quase que exclusivamente, como fator decisivo
de sucesso pra um evento ou comemoração, a quantidade de bebidas
disponíveis, e consumidas na realização do evento. Mas, será que
conscientemente, gostamos mesmo tanto assim disso? Ou somos
manipulados e direcionados para essas práticas milenares de orgias
alcoólicas, pela mídia e pela cultura, como ideal de diversão e liberdade?
Em
face a tantos casos de alcoolismo, doenças graves, físicas e
psíquicas relacionadas ao consumo de álcool, acidentes automotivos,
com condutores, passageiros e pedestres sendo vitimados por agentes
catalisadores alcoolizados, desagregação social, tretas, mortes,
custos bilionários para o sistema de saúde, custeado por todos os
cidadãos (gostem de um birinight´s ou não), vidas e energia
derramadas na sarjeta como uma intragável cerveja quente, é notória
a influência de fatores externos e forças alheias ao bem – estar
social, e a saúde da população de forma geral. Não sejamos
hipócritas nem idiotas! Uma cerveja gelada é uma delícia! Uma
caipirinha, bem feita, além de ser patrimônio nacional, é um
refresco excelente pra dias quentes de verão. Um 12 anos de milho,
ou um Black, ou uma amarulinha antes, e/ou depois da refeição,
estimulam apetite e favorecem a digestão. Mas será que são
imprescindíveis? E na escala em que atualmente se consomem, nas
comemorações e festas pelo MUNDOCRUEL?
Pesquisa,
feita no Hospital Universitário da USP, indica que, de 2002 a 2012,
adolescentes e jovens de 13 a 22 anos compuseram a faixa etária que
mais procurou socorro médico com intoxicação aguda por ingestão
de álcool – foram 35% dos 1.370 atendimentos. “O contato com
bebidas alcoólicas tem sido cada vez mais precoce: aumenta a dosagem
ingerida e diminui a idade do uso. Assim como nem todos os que
consomem açúcar adquirem diabetes, nem todos os que ingerem álcool
se tornam dependentes, mas, quanto maior a oportunidade de beber,
maiores, obviamente, são as chances de a doença se manifestar.”
Regina Abreu.
Outra
pesquisa, do Ministério da Saúde aponta; “Existe uma tendência
mundial que aponta para o uso cada vez mais precoce de substâncias
psicoativas, incluindo o álcool, sendo que tal uso também ocorre de
forma cada vez mais pesada. No Brasil, estudo realizado pelo Centro
Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicoativas – CEBRID sobre
o uso indevido de drogas por estudantes (n = 2.730) dos antigos 1º e
2º graus em 10 capitais brasileiras (Galduróz et. al., 1997)
revelou percentual altíssimo de adolescentes que já haviam feito
uso de álcool na vida: 74,1%. Quanto a uso freqüente, e para a
mesma amostra, chegamos a 14,7%. Ficou constatado que 19,5% dos
estudantes faltaram à escola, após beber, e que 11,5% brigaram, sob
o efeito do álcool.”
Você pai de família, você jovem, você
mulher – bem – resolvida – dona – do – próprio – nariz,
você malandro – nato – mili – dias – de – pistas, você
cidadão de bem, você cidadão de “bens”, você revolucionário,
todos estamos prontos pra essa nova era? Não trata – se apenas de
agradar a geração saúde, ou solidarizar com os milhões de
alcoólatras em tormento no Brasil. É uma questão gravíssima de
saúde pública, do uso de substância que causa dependência
química, e é estimulada pelo estado e pela sociedade, com altos
lucros pra alguns, e prejuízos irreversíveis para outros. Desnecessário lembrar sobre o alto número de motoristas embriagados que causam acidentes, mesmo com a lei seca em vigor há certo tempo.
A
Organização Mundial de Saúde (OMS), em recente pesquisa trouxe luz
para esse, aparentemente, insolúvel problema, que mata anualmente
320 mil jovens entre 15 e 29 anos de causas relacionadas ao consumo
de álcool, e 2 milhões e 500 mil pessoas entre todas às idades.
Foi estabelecido um programa de metas, de áreas que precisam ser
monitoradas pela sociedade e pelo poder público, para garantir que
nosso jovens e adultos não sejam cooptados pela malévola indústria
do alcoolismo;
- liderança, consciência e comprometimento;
- resposta eficaz do serviço de saúde pública;
- ação comunitária
- políticas de controle contra motoristas embriagados;
- disponibilização de álcool;
- Controle do marketing de bebidas;
- políticas de preços;
- redução dos impactos negativos do consumo de álcool;
- redução do impacto na saúde pública de álcool ilegal, impróprio pro consumo humano (batizado, etanol, metanol, etc..)
- monitoramento e vigilância.
O
Brasil têm avançado, lentamente, na abordagem da questão, em busca
de políticas púbicas efetivas e eficazes no combate ao problema
generalizado. “Uma ação política eficaz
pode reduzir o nível de problemas relacionados ao consumo de álcool
e outras drogas que são vivenciados por uma sociedade, evitando que
se assista de forma passiva ao fluxo e refluxo de tal problemática.
Consideramos que nada assume um caráter inevitável, e que, ao
contrário, quando se constroem políticas públicas comprometidas
com a promoção, prevenção e tratamento, na perspectiva da
integração social e produção da autonomia das pessoas, o
sofrimento decorrente deste consumo tende a diminuir em escala
expressiva. Se em alguns países impera a ausência de qualquer
iniciativa de saúde pública neste campo, vemos que em outros tal
resposta assume um caráter meramente retórico e, por vezes,
confuso.” Relatório; A POLÍTICA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA A
ATENÇÃO INTEGRAL A USUÁRIOS DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS – 2004
Para
se ter uma vaga ideia do custo da diversão; “Considerando dados
referentes ao ano de 2001 (DATASUS, 2001), tivemos no Brasil 84.467
internações para o tratamento de problemas relacionados ao uso do
álcool, mais de quatro vezes o número de internações ocorridas
por uso de outras drogas. No mesmo período, foram emitidas 121.901
AIHs para as internações relacionadas ao alcoolismo. Como a média
de permanência em internação foi de 27,3 dias para o período
selecionado, estas internações tiveram em 2001 um custo anual para
o SUS de mais de 60 milhões de reais. Estes números não incluem os
gastos com os tratamentos ambulatoriais, nem com as internações e
outras formas de tratamento de doenças indiretamente provocadas pelo
consumo do álcool, como aquelas que atingem os aparelhos digestivo e
cardiovascular, câncer (principalmente hepático, de estômago e de
mama), deficiências nutricionais, doenças do feto e recém-nato da
mãe alcoolista, as doenças neurológicas e o agravamento de outras
doenças psiquiátricas provocado pelo álcool, assim como os agravos
decorrentes de acidentes ou violência, o que se aplica a todos os
povos. Pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Abuso de Álcool
e Drogas dos EUA (1997) revelou que o uso excessivo de bebida estava
presente em 68% dos homicídios culposos, 62% dos assaltos, 54% dos
assassinato e 44% dos roubos ocorridos. De forma relativa à
violência doméstica, a mesma pesquisa evidenciou que 2/3 dos casos
de espancamento de crianças ocorrem quando os pais agressores estão
embriagados, o mesmo ocorrendo nas agressões entre marido e mulher.
No Brasil, pesquisa realizada pelo CEBRID (1996) informou que na
análise de mais de 19.000 laudos cadavéricos feitos entre 1986 e
1993 no IML de cada 100 corpos que deram entrada vítimas de morte
não natural, 95 tinham álcool no sangue.” Fonte; SUS
Acreditamos
que sim! 3 latinhas por churrasco, 2 garrafas de breja por cabeça na
mesa de bar, 2 doses de destilados por festa, 1 indivíduo e 1
sociedade com menos sequelas. A caminhada é evolutiva, essa é a
sina da humanidade. Saúde, inteligência, paz e Glórias devem fazer
parte dessa evolução humana. Seja consciente, diga não à
manipulação das grandes empresas e do estado genocida!
BEBA MUITA
ÁGUA EM ESTADO PURO!
Fontes;
Com certeza, para quem bebeu muito e parou, o pior da bebida é o distúrbio neurológico que advém provocando um estado psicológico devastador que os espiritualistas insistem em dizer que são espíritos opressores e na realidade nada tem a ver pois os estudos psiquiátricos podem muito bem esclarecer, sem necessidade de procurar justificar desta maneira como se não houvesse explicação científica.
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