Arraiá Roça-City



Pela Noite adentrando a madrugada/ 
pneus cantantes, fogos artífices que explodem nas quebradas/ 
No arraiá paulistano, São João do Vale/ 
insegurança pública e desorganização central atuante/ 
MARKETING CULTURAL “pós-junho-eterno” pra acalentar a revolta popular/ 

Mas em casa, na perifa a fogueira arde, o balão sobe, e os porcos agem/ 
Na roça da cidade moças de sublime formosura, 
famílias tradicionais, música boa, quadrilhas de terno e gravata/ 
Som de primeira do Velho – Loco – Sábio Alceu e do Mago Zé – Vida – de – Gado/ 
Na quebrada lança-perfume anacrônico e o diuturno bate – estaca – pancadão – pornográfico/ 

Outras culturas destrutivas sem qualquer valor humano/ 
lado a lado com inefáveis expressões “Cultural Brasil Originais”/ 
dicotomias da cidade – cinza mais monstra da América Latina/ 

As comidas típicas sertanejas e caipiras/ 
Bolos, caldos, doces e salgados/ 
Barracas, quadrilhas, jogos e amores/ 
onde o peão veste xadrez e pastoreia no tabuleiro do asfalto/
O casório é entre a noiva vida loka e o noivo cria do mundo cruel

Do velho guetho alumiado por Lampiões do Moderno Cangaço/ 
montados em cavalos de chassis adulterados/ 
Itens de procedência duvidosa/ 
Sem maiores problemas, o Xerife é só mais um fora – da – lei nas pistas empoeiradas/ 
Desviando da ojeriza do sistema – pau – de – sebo/ 
Que Opróbrio maior não tem compadre!




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