After – Party 460 anos, Conferência & Conselho Municipal de Cultura, e os Ecos das manifestações do “Junho Eterno"


  
  Sábado dia 8 de fevereiro, aconteceu uma mini – virada cultural em Sampa, 2 semanas após rolar o aniversário da maior metrópole da América Latina, dia 25/01, e que na ocasião culminou em protestos violentos, tal qual reverberações infindáveis, consequências do abalo sísmico ocorrido nas estruturas de poder, a partir do “junho eterno” de 2013, e que continua a tremer o chão das ruas das cidades cinzas do Brasil. O evento, que anteriormente tinha seu cronograma fixado como parte das comemorações do aniversário de São Paulo, não pode acontecer sob risco de catástrofes ocorrerem, em virtude do grande número de pessoas reunidas, e do igual número de manisfestantes, Black Blocks, e demais blocos e coletivos de cores variadas, em missão de protesto, e se necessário, resistência contra a opressão do estado, e de seu braço armado, as polícias.
SAMPA BY BESIDECOLORS
  Pois muito bem, após os ânimos arrefecerem um pouco, e aproveitando o bom momento, afinal, grande parte da comunidade dos agentes/agitadores culturais de SP estavam no limiar pra entrega do projeto VAI, que foi justamente um dia antes da mini – virada, portanto, menos propensos à gastarem tempo com planejamento de protestos, e todos sabemos que os protestos são da sociedade como um todo, mas o que confere visibilidade e tom de entretenimento ao ato cívico, e atraem milhares de pessoas para às manifestações como se fossem shows, é o aspecto da cultura popular envolvido, afinal de contas, a gente não quer só comida, "a gente quer comida, diversão e arte.". E ligeiros depois do choque de gestão, a secretaria de cultura lançou um evento em parceria com os principais COLETIVOS de Arte de Rua e Música de SP. E como não poderia deixar de ser, O BARATO FOI LOKO e a Festa foi Loka! Galera dos 4 cantos da cidade e do Brasil presentes nas ruas, no evento naturalmente intitulado "SP Nas Ruas", no centro da metrópole Vida Loka. 
"S.O.S Terra - Para Que o Mundo Não Acabe"Hiago Cóstackz
Os Coletivos, como o Matilha Cultural que dominou a ladeira General Carneiro, e a frente do pateo do colégio, A Crew do Nelsão Triunfo que criou o evento “A Rua é Show” que causou, divertiu, educou e fortaleceu a cultura de rua de SP. Também dominaram às áreas centrais diversos outros coletivos, que tem identidade e representatividade das culturas de rua de sp, às verdadeiramente sustentáveis e com riqueza de manifestações artístico – culturais: Quilombo Hi – Fi, DubVersão, Maracatu responsa com o coletivo Pilantragi, muita música no Anhangabaú e no centro de forma geral, realmente uma grande vitória do Lazer, das Culturas de Ruas, da Gestão Participativa e do Poder Popular. Excelente oportunidade para vivenciar o que tem sido feito pela vanguarda da cultura brasileira, e para que coletivos e agentes culturais em processo de desenvolvimento e afirmação, possam trocar experiências e se conhecerem, como no caso da Rapá da Patada do Mamute, e da colega de Floripa, que faz jus aos encantos da famosa ilha, a produto cultural Maisa Morena.  Com certeza, terreno conquistado e direitos garantidos, muito em função das batalhas que vem se desenrolando nas ruas de Sampa, perpassando os ecos de junho, e amplificando às vozes dos coletivos e da sociedade, com os sons e ações conscientizantes produzidos pelas manifestações artísticas e culturais da cultura popular, da juventude, e da revolução sócio – cultural brasileira em andamento. 

  
  Enfim, a partir das 22h de sábado, até a manhã de domingo, os COLETIVOS dominaram às ruas de SAMPA, numa estratégia acertada da secretaria municipal de cultura, que parece começar a agir, conforme às diretrizes estabelecidas na III Conferência Municipal de Cultura, ocorrida em agosto de 2013, e que de tão quente que foi, deixou brasas incandescentes, que mal observadas, lamentavelmente acabaram por atear fogo de forma imprevisível, no painel da Tomie Ohtake, no Memorial da América Latina.
   Tais manifestações dos fenômenos da Cultura de Rua e da Cultura Popular, e também grande parte da agenda de discussões do âmbito cultural do município de São Paulo, fora debatida na última conferência municipal de cultural, onde compareceram todos os principais agentes/ gestores da área, públicos, populares, e da sociedade civil organizada. 

Pelo secretário de cultura, srº Juca Ferreira, foram ditas frases como: “São Paulo precisa da cultura como aspecto identitário”, que também lembrou fatos como: “Diálogo é uma coisa, participação direta é outra”, e que “Grandes e importantes manifestações culturais, muitas vezes acontecem, e são realizadas pela sociedade embaixo de uma árvore.” O secretário frisou a importância da intersetorialidade na gestão pública, papel que é vocação natural da cultura, citando Gramsci, e a análise dos pontos fracos de uma sociedade, através do diálogo com adversários e pensamentos diversos, ou se preferir, valorização da diversidade cultural.
  Divididos em grupos de trabalho, os agentes culturais, os representantes do poder público e os cidadãos em geral, puderam debater e propor questões, práticas, e ideias para solucionar o problema do défict no exercício e nas garantias dos direitos culturais, cenário atual da capital cultural do país. Foram elencados temas importantes como à questão das Gestão das Casas de Cultura, o retorno dos equipamentos públicos denominados “CEU´s” pra secretaria de cultura, Fundo Municipal de Cultura, A lei Cultura Viva PL 757/11, Os Pontos de Cultura, a Lei 15776, dos artistas e da arte de rua, que foi regulamentada mais precisa de aplicação efetiva, questões de Mapeamento de grupos e coletivos, Plano Diretor, Orçamento participativo, Semana do HIP – HOP, entre outras importantes questões para o povo paulistano. Interessante notar, que os grupos mais organizados, como os relacionados à questões do Movimento Negro, e os Coletivos de Teatro, conseguiram aprovar a maioria de suas proposições, ensinando ao MUNDOCRUEL, que organização é a base pra vitória coletiva. 
  O Samba pediu passagem, e dominou a atmosfera da conferência, quando o “Chapinha da Vela” munido de um pandeiro mágico, fez todos os presentes cantarem ao subir a passarela que dava acesso ao anfiteatro “ Do Leste ao Centro Oeste(..) São Paulo engrandece a nossa terra!” Fantástica "Aquarela do Brasil", e ao chegarmos em nosso lugares, foi entoado “Brasil Nagô” “ÔÔÔôôô OH! ÔÔÔÔôôôOH!”. Muito Lindo!
  Agora, passados aprox. 6 meses, a prefeitura de São Paulo lança a Consulta Pública ao Conselho Municipal de Cultura (http://minuta.cultura.prefeitura.sp.gov.br/), órgão que está se estabelecendo justamente para fiscalizar e garantir à execução do que foi determinado como prioridades na gestão da cultura paulistana. Em parceria com os conselheiros municipais, o poder público terá como obrigações: “Identificar tendências, acervos e práticas culturais para incorporá – los à politica cultural municipal” ; “Apresentar as discussões e articular demandas regionais e setoriais e garantir devolutivas àquelas instâncias” ; “Opinar e fiscalizar a utilização de recursos do fundo municipal de cultura” ; “Participar da avaliação de programas existentes na secretaria municipal de Cultura e opinar na formulação de novos programas, projetos e ações”; entre outras importantes e fundamentais atribuições na tarefa coletiva de promover e garantir o acesso de todos os cidadãos à cultura, e a cidadania plena. Educação de Qualidade, Cultura Sustentável e Gestão Participativa, elementos chaves para frear a violência generalizada, às desigualdades sociais, e garantir o Bem – Estar social, preconizado em nossa Carta Magna. A Luta continua Companheiros(as)!!!
Positividade, Perseverança, Prosperidade, Sabedoria é o Caminho, Paciência é a Chave.

                     
                                  Boa Sorte São Paulo!
" Não sou conduzido, conduzo."

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